TERRITÓRIO BRASILEIRO: DO “ARQUIPÉLAGO” AO “CONTINENTE”
A expressão arquipélago
econômico se referindo ao território brasileiro durante os séculos XV até
O final do século XIX foi devido a falta de desenvolvimento
econômico e integração entre as áreas
Produtoras de atividades produtivas,faltava tecnologia.
o povoamento concentrado no litoral e ao longo dos rios,
dada a importância dessas áreas para o transporte e dos recursos naturais nelas
existentes para a subsistência das populações (nas áreas mais distantes da
costa .
O sertão – uma
população dispersa se ocupava da criação extensiva de gado e culturas de
subsistência, sendo que as comunicações eram difíceis).
Aos anos 1890, a ausência de
integração é outra característica que pode ser associada ao meio natural:
nota-se que as áreas econômicas mais ativas e densamente povoadas estavam
isoladas umas das outras, comunicando-se apenas por via marítima (influência do
meio natural).
O meio natural, o homem tinha pouca influência sobre a
natureza.
O meio técnico surge quando o
ser humano começa a se sobrepor sobre o “império da natureza” por intermédio da
construção de sistemas técnicos.
- Em 1890, eram poucos espaços integrados à economia localizados em especial próximo à região litorânea, com destaque para as regiões sudeste e nordeste onde estavam os principais focos econômicos;
- Em 1940, amplia-se os focos econômicos e a integração, mas ainda com grande destaque para o sudeste e o nordeste, contudo nota-se uma expansão para as regiões centro-oeste e sul.
1890 e 1940) correspondem a períodos nos quais os sistemas
técnicos foram adensados no território brasileiro por meio da incorporação das
máquinas (telégrafos, ferrovias, portos etc.) de forma seletiva. Esse meio
esteve na origem das desigualdades regionais. No século XIX, por exemplo, com o
desenvolvimento da economia cafeeira no Sudeste, verifica-se uma nova inflexão
no processo de valorização do território brasileiro (o que também coincide com
a transição entre o meio natural e o meio técnico).
Suas principais características foram:
construção de sistemas técnicos, com o surgimento de
setores comerciais e bancários, associados às novas condições de transportes e
comunicações (estrada de ferro, telégrafo e cabo submarino);
relativa integração do território que, no início do
século XX, era constatada em torno do Rio de Janeiro e de São Paulo,
industrialização, cujo desenvolvimento ocorreu
intensamente em São Paulo
e arredores, permitindo que a cidade e o Estado adquirissem papel central na
vida econômica do país;
ocupação econômica que, na década de 1950, foi
favorecida em virtude da ampliação dos esforços para equipar o espaço nacional
com vias de circulação e infraestrutura, fortalecendo as relações entre o
Sudeste e as demais regiões;
construção de Brasília, a nova capital do país,
durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), foi marco representativo
do processo de interiorização, expandindo-o em direção ao Centro-Oeste e à
Amazônia;
Em 1990, do modo geral, há uma quase totalidade na
integração econômica no território nacional, com apenas o extremo oeste da
Amazônia ficando praticamente fora desse realidade
O conceito de meio técnico-científico-informacional
refere-se ao meio geográfico atual, cujo surgimento ocorreu a partir da década
de 1970, no qual a informação passou a ser variável fundamental no período de globalização,
de constituição de um mercado global e de uma unicidade técnica planetária. Seu
funcionamento tem como base técnica a fusão das tecnologias da informação com
as telecomunicações, gerando as novas tecnologias da informação. No que diz
respeito às transformações no território brasileiro decorrentes do meio
técnico-científico-informacional,
podemos destacar;
aspectos relacionados à infraestrutura e integração
nacional, como: aproveitamento das principais bacias hidrográficas para a
produção de eletricidade; modernização dos portos; construção de ferrovias
orientadas para produtos especializados; desenvolvimento da rede rodoviária com
a construção de autopistas nos principais eixos de circulação e de estradas
vicinais (principalmente nas áreas de maior densidade econômica); instalação de
rede de telecomunicações de alcance em todos os municípios, viabilizando o
contato dos lugares com o restante do mundo;
diversificação econômica e à desconcentração
industrial: ou seja, a partir das bases do desenvolvimento criadas
anteriormente (sucessivos meios técnicos), a indústria tornou-se diversificada,
inclusive iniciando sua desconcentração; a agricultura, por sua vez, se
modernizou no Sul e no Sudeste e em outras regiões onde se destacam os Estados
do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e
Bahia (no caso do Nordeste, a difusão da irrigação permitiu o aproveitamento
agrícola intensivo em parte de suas terras);
nova fase de urbanização: se, por um lado, nos
primeiros 450 anos da história do Brasil, o povoamento e a urbanização foram
praticamente litorâneos, atualmente constata-se um país urbanizado, com uma
taxa de urbanização superior a 75% e diversos níveis e tipos de cidades.