MUNDO MULTIPOLAR
Com o fim do sistema
de polaridades definidas ou da ordem mundial bipolar da Guerra
Fria, ocorreu o aparecimento de um sistema de polaridades indefinidas ou,
em outras palavras, de uma ordem mundial multipolar, caracterizada pela
existência de vários polos ou centros mundiais de poder econômico e político.
Em lugar do antigo confronto ideológico, militar e econômico entre os blocos
capitalista e socialista capitaneados pelas duas superpotências rivais da
“velha ordem mundial” – Estados Unidos e ex-URSS,
há duas décadas assistimos a uma recomposição das alianças militares e
econômicas entre grupos de países.
No mundo pós-Guerra Fria,
apesar da existência de três principais centros de poder econômico (Estados Unidos,
União Europeia e Japão), a chamada tríade do capitalismo mundial, também
nota-se a afirmação de potências econômicas e políticas regionais, como Brasil,
África do Sul e China (esta última considerada por muitos como a grande
potência do século XXI), que poderão, num futuro não muito distante, contribuir
para a afirmação de uma ordem mundial multipolar com a maior participação de
países do Sul na tomada e na influência de decisões internacionais.
Os termos monopolar – ou seja, país, entidade ou
empresa que detém o monopólio econômico no âmbito da produção e dos mercados –
e unipolar – conceito que identifica um único polo de poder mundial –
são empregados por muitos observadores e estudiosos para denominar o cenário
internacional entreaberto com o fim da Guerra Fria. Consideram que a Nova Ordem
Mundial é monopolar e unipolar, pois destacam que os Estados Unidos
ainda são o único país a exercer o domínio econômico e militar no panorama do
mundo atual, ou seja, sem a presença de um rival ou oponente capaz de
contrabalançar ou equilibrar seu poderio nesse sentido. Do ponto de vista
militar, a Rússia, por exemplo, a principal herdeira da extinta União Soviética
e hoje pertencente à CEI, ingressou numa profunda crise econômica a partir do
início da década de 1990, fato responsável, entre outros, pelo enfraquecimento
do seu poderio militar.
Para muitos analistas, a
China vem despontando como país passível de ameaçar a supremacia americana.
Porém é fundamental ressaltar que, no âmbito da economia, o denominado “país
fábrica” não possui domínio científico-tecnológico que ameace a posição
emblemática dos EUA no mundo, e a sua produção depende ainda do enorme mercado
consumidor norte-americano, já que as condições sociais da China, apesar de
terem melhorado consideravelmente ainda não correspondem a um mercado
consumidor autossustentado. Além disso, o país não possui tecnologia e aparato
militares suficientemente adequados para fazer frente aos EUA. Assim, em
praticamente todo o globo, a superpotência da América do Norte é o único país
capaz de sustentar ou realizar intervenções militares em conflitos mundiais
importantes, dada a presença de suas forças armadas no mundo.
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