terça-feira, 12 de novembro de 2013

África - localização do continente





                             TEXTO DO 3º.ANO DO ENSINO MÉDIO      


                               África – localização do continente

A partir da localização visual do Meridiano de Greenwich, do Equador e dos Trópicos de Câncer e Capricórnio, identificamos que a África é o único continente a possuir terras nos quatro hemisférios. A localização das zonas térmicas da África (página 3 do caderno do aluno) é um elemento importante na caracterização da distribuição do clima e vegetação africanos

A fronteira norte do continente africano é muito próximo da Europa e o Estreito de Gibraltar e o Mar Mediterrâneo são elementos facilitadores de acesso entre os dois continentes, tanto da colonização no século XIX como também do fluxo migratório de africanos para a Europa nos dias atuais. O Mar Vermelho, a Península do Sinai e o Istmo de Suez estão localizados na fronteira com a Ásia: mas a fronteira oficial costuma ser fixada no Istmo de Suez, o que faz da península do Sinai território asiático, região de grande importância econômica (jazidas de petróleo) para o Egito que, finalmente, a obteve em 1979 após assinatura de um acordo de paz com Israel. Importantes cidades egípcias localizam-se nos limites com a península do Sinai, e a localização do Egito entre os dois continentes leva alguns geógrafos a propor a fronteira israelo-egípcia como o limite geográfico entre a Ásia e a África. Por isso a importância geo-estratégica do Canal de Suez (que esteve sob domínio inglês até 1956, quando foi nacionalizado pelo presidente egípcio Gamal Abdel Nasser)

                        África: clima, vegetação, relevo e hidrografia

Há uma forte correlação entre os tipos climáticos e a distribuição da cobertura vegetal no continente africano. A distribuição das precipitações na África apresenta uma variação de máxima para mínima no sentido centro-norte e centro-sul. Na faixa equatorial encontramos a vegetação da floresta equatorial (pluvial e tropical) em virtude das chuvas intensas e das elevadas temperaturas. Na região dos trópicos, o tipo climático é caracterizado por uma variação sazonal de chuvas no verão e seca no inverno, o que explica a existência das savanas. Ao norte e ao sul do continente, ocorrem áreas extremamente secas, com destaque para os Desertos do Saara (ao norte) e do Kalahari (ao sul), onde, em algumas áreas muito localizadas e pontuais, verifica-se a presença da vegetação de oásis, resultante do afloramento do lençol freático subterrâneo. A vegetação do tipo estepe faz parte das formações de regiões semiáridas, nas margens dos desertos, sendo composta de herbáceas ressecadas e arbustos muito esparsos. Essa extensa faixa semiárida na borda do Deserto do Saara é conhecida como Sahel. O tipo climático mediterrâneo ocorre nas extremidades norte e sul do continente africano, onde aparece vegetação do tipo maquis e garrigues, caracterizada por pequenos arbustos que se misturam às formações xerófitas, às oliveiras, às videiras e às gramíneas ressecadas. A economia relaciona-se a dos países mediterrâneos: ao norte do continente africano destaca-se a produção de óleo de oliva na Tunísia e na Argélia e, ao sul, destaca-se a produção vinícola.
Com exceção do Rio Nilo, os grandes rios africanos, como o Congo e o Zambeze, estão em áreas de clima equatorial e tropical. A existência dos rios, dos desertos, da vegetação e a proximidade com o Mar Mediterrâneo são fatores fundamentais para compreender a distribuição da população pelo continente como também das atividades econômicas e da organização social da população. Nas áreas mais elevadas do continente ocorre o clima frio de montanha. O Rio Nilo destaca-se por atravessar áreas desérticas em grande parte de seu curso e tem uma importância regional ao longo da história. Em contraste com o Saara, o Rio Nilo propicia áreas muito férteis à África, fornecendo água e solos agricultáveis em suas margens, além de água para irrigação das áreas adjacentes ao vale do rio. Nas margens desse rio, ocorrem muitas das principais aglomerações humanas como Cairo e Alexandria, no Egito, e Cartum e Ondurman, no Sudão, esse na costa oriental da África. Além das férteis terras do Vale do Nilo, na atualidade, a utilização de tecnologias agrícolas aliadas a ajustes estruturais de produção permitiu a expansão de uma agricultura internacionalmente competitiva também em países da denominada África Subsaariana. Hoje os países do Golfo da Guiné, liderados pela Nigéria, são os maiores produtores mundiais de cacau, e juntamente com países localizados na África austral e oriental destacam-se também na produção de café, algodão e hortaliças.
                                    A regionalização da África
Saara esse enorme deserto (o maior do mundo) na configuração natural, cultural e política do continente africano, separa o extremo norte africano do resto do continente. Historicamente, funcionou como uma barreira que, embora transposta por fluxos comerciais intensos, influenciou profundamente a configuração das culturas e civilizações na África. O Rio Nilo foi o primeiro e principal eixo comercial através do deserto, permitindo a aproximação entre os povos que habitavam as porções norte e sul do Saara.
Nos séculos VII e VIII, povos árabes conquistaram todo o norte africano, antes de invadirem a Península Ibérica (Portugal e Espanha). O domínio árabe no norte da África levou à difusão do islamismo e da língua árabe entre os povos da porção setentrional do continente. Nesse período, o Saara também passou a ser atravessado por rotas de caravanas árabes, que comercializavam inúmeros produtos e escravos dos reinos ao sul do deserto. Essas relações comerciais foram responsáveis pela expansão do islamismo também para os povos que habitavam a porção sul do Saara. Isso explica a grande presença de adeptos do islamismo nessa parte do continente.
Foram também essas relações – em especial, o comércio de escravos — que levaram os árabes a tratar o sul do Saara como “terra de negros”. Dessa forma, a influência árabe e, posteriormente, a européia, ratificaram a regionalização que distinguia uma “África Branca” de uma “África Negra”. Essa designação das porções norte e sul do continente pela cor da pele, além de não esclarecer em nada as características culturais próprias de cada região, representaram o modelo racista e preconceituoso que fundamentou a colonização do continente no século XIX.
Com o fim da colonização, essa regionalização ratificada pelo imperialismo foi profundamente criticada, tendo em vista o aprofundamento nos estudos acerca da heterogeneidade das culturas africanas. Na atualidade, os organismos internacionais consolidaram a regionalização em África do Norte e África Subsaariana
                                                  África do Norte
Os países do norte do continente são: Marrocos, Líbia, Tunísia, Egito, Argélia e Saara Ocidental (sob o domínio do Marrocos). As populações desses países têm uma unidade cultural dada pela religião islâmica, trazida pelos árabes da Península Arábica a partir do século VII.
a) Magreb e Grande Magreb
Magreb, em árabe, designa “onde o Sol se põe”, pois, localizada a oeste, encontra-se em oposição ao “machrek”, que significa “o nascente”, porção representada pela Península Arábica. O Magreb (também Magreb Central) corresponde à porção ocidental do norte da África, onde se localizam o Marrocos, a Argélia e a Tunísia, países que foram integrados ao império colonial francês no século XIX — e que, anteriormente, faziam parte do Império Turco-Otomano. O Grande Magreb é uma região que se estende da Mauritânia à Líbia. Em relação ao conjunto das exportações dos países que o compõem (ver figura “Grande Magreb: exportações, 2003” na página 13 do caderno do aluno), as trocas econômicas e comerciais com a Europa são mais intensas que as relações bilaterais que mantêm entre si. Essa observação é importante, pois permite explicar uma das razões que tornam essa imensa região um espaço estratégico do ponto de vista dos europeus e, mais recentemente, dos chineses, em virtude da grande importância do petróleo e de outros minérios aí existentes. Outras características dessa região são: a proximidade geográfica com a Europa; o fato ser a mais rica da África, com vastas reservas de petróleo, gás natural, fosfato, ferro etc.; o fato de ser importante fonte emissora de migrações com destino à União Européia.
b) O Saara e o Vale do Nilo
            Considerando o meio físico e sua ocupação pelo ser humano, a África do Norte ou Setentrional possui, além do Magreb, outras duas áreas mais ou menos distintas: o Vale do Rio Nilo e o Saara.
            Em relação ao Vale do Rio Nilo, esse rio é muito importante para vários países africanos e não apenas para o Egito. Observem o percurso completo desse rio, da nascente no Lago Vitória à foz no Mar Mediterrâneo (ver mapa “África: físico com hidrografia” na página 17 do caderno do aluno). Na Antiguidade foi muito importante, pois foi onde a civilização egípcia floresceu. Por ser o único rio a atravessar o Deserto do Saara no sentido sul-norte, o Nilo poderá ser comparado ao Rio São Francisco, no Brasil. Tanto o Nilo quanto o São Francisco possuem traçado sul-norte; atravessam áreas áridas e semiáridas; são utilizados para transporte, produção de eletricidade, irrigação. O que os difere apenas é o tipo de foz: enquanto o Nilo apresenta foz em delta (quando um rio deságua no oceano por várias saídas), o São Francisco deságua no Atlântico formando um grande estuário (quando um rio deságua no oceano por uma única saída).
            Em contraste com o Saara, o Rio Nilo propicia áreas úmidas e férteis, fornecendo água e solos agricultáveis em suas margens, além de irrigação em áreas adjacentes ao Vale do Rio Nilo, possuindo em suas margens muitas aglomerações humanas como, por exemplo, Cairo, Alexandria, no Egito e Cartum e Ondurman, no Sudão. O Rio Nilo nasce na região central da África, no Lago Vitória, e corre na região central e nordeste do continente, atravessando Uganda, Sudão e Egito, desembocando em delta no Mar Mediterrâneo. A represa de Assuã, no Rio Nilo, controla o nível das águas e fornece energia elétrica ao Egito.
            Quanto ao Deserto do Saara – localizado no norte do continente africano, estendendo-se do Oceano Atlântico até o Mar Vermelho –, vários países localizados na porção setentrional africana apresentam baixa densidade demográfica pelo fato dessa região ser árida, dificultando a ocupação humana e as atividades econômicas. O sistema da Cadeia do Atlas influencia na aridez do Deserto do Saara que, em razão de suas elevadas altitudes e orientação transversal, impede a passagem dos ventos que chegam do norte carregados da umidade do mar. A designação de “sistema” relaciona-se com o fato dessa cadeia formada no Terciário compreender três cadeias no Marrocos (Alto Atlas, Médio Atlas e Antiatlas) e duas na Argélia (Atlas Telianos e Atlas Saariano).
A formação dos desertos do Kalahari e da Namíbia, ao sul do continente, diferentemente do Saara, estão associados à presença da corrente fria de Benguela.
                                    África Subsaariana
Os países que formam a região são: Congo, República Centro Africana, Ruanda, Burundi, África Oriental, Quênia, Tanzânia, Uganda, Djbouti, Eritréia, Etiópia, Somália, Sudão, África Ocidental, Benin, Burkina Faso, Camarão, Chade, Cote d’Ivoire, Guiné Equatorial, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné Bissau, Libéria, Mauritânia, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. Esse conjunto de países abrange o Sahel, extensão de terras localizada na “borda do deserto” e que, historicamente foi habitada por pastores nômades que, na atualidade e por influência do processo de colonização, em parte se sedentarizaram. Aliado ao pastoreio, a partir de investimentos de inúmeros organismos internacionais associados a empreendimentos privados, essa região tem apresentado melhor uso do solo e resultados agrícolas satisfatórios na produção de grãos, especialmente milheto (uma forrageira, que significa qualquer espécie de vegetação, natural ou plantada, que cobre uma área e é utilizada para alimentação de animais, seja ela formada por espécies de gramíneas, leguminosas ou plantas produtoras de grãossorgo (um cereal, o quinto mais importante no mundo, antecedido pelo trigo, arroz, milho e cevada) e arroz
                                África: sociedade em transformação

A partir da análise do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), focaremos temas fundamentais relacionados à África, sua relação com outros países do mundo, os aspectos demográficos e socioeconômicos, com destaque para a pandemia da Aids, um grave exemplo das condições sociais que afetam a qualidade de vida de uma grande parcela da população africana contemporânea.
O IDH é um índice idealizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), para medir o desenvolvimen­to humano, considerando dados sobre saúde, educação e renda per capita.Sua escala varia de 0 a 1, sendo mais desenvolvido quanto mais próximo de 1 estiver o país. Segundo critérios do PNUD, os países são classificados em quatro categorias: IDH muito elevado (acima de 0,900), IDH elevado (de 0,80 a 0,899), médio (de 0,79 a 0,50) e baixo (abaixo de 0,50). Até 2007, eram 3 categorias: IDH elevado (acima de  0,80), médio (de 0,79 a 0,50) e baixo (abaixo de 0,50).
Países da África, em sua maioria, não se encontram bem colocados no cenário mundial, e os pio­res resultados estão na África Subsaariana. Essa é a região do planeta com os países mais pobres do mundo, com indicadores sociais e econômicos que demonstram uma péssima qualidade de vida. A maioria dos países africanos apresenta um IDH baixo, principalmente os localizados na África Subsaariana: os 12 países com os meno­res IDHs em 2006 pertencem a essa região (Mali, Etiópia, Chade, Guiné Bissau, Burundi, Burkina Faso, Nigéria, Moçambique, Libéria, República Democrática do Congo, República Centro-Africana e Serra Leoa). Analisando a tabela “IDH de alguns países africanos” na página 17 do caderno do aluno, apesar da persistência das condições de vida inaceitáveis para o grande conjunto dos países africanos, durante os últimos anos alguns deles conseguiram deslocamentos e deixaram a con­dição de IDH baixo para atingir o médio.
As na­ções subsaarianas, em geral, ainda mantêm as piores condições sociais e a mudança desse cenário só será possível se houver um longo e amplo investimento social e maior estabilidade democrática. Esses países são basicamente exportadores de produtos primários, com baixo valor agregado, e a população ainda é, em sua maioria, rural. Os Estados, mui­tos deles ditatoriais e corruptos, não são capazes de assegurar as condições mínimas de serviços de educação, assistência médico-hospitalar e absorção de suas populações no mercado de trabalho nas áreas urbanas. As taxas de mortalidade e, em especial, a de mortalidade infantil são, altíssimas. Con­forme dados da CIA - The World Factbook, Suazilândia, Angola, Lesoto e Serra Leoa apresentam taxas de mortalidade acima de 20/1000 hab., consideradas elevadíssimas se comparadas aos de países em desenvolvimen­to como o Brasil (6/1000 hab.), por exemplo.
De certa forma, a influência dos modelos coloniais também pode ser responsabilizada pela atual situação desses países. O alicerce dos Esta­dos africanos foi constituído, quase sempre, pelo aparelho administrativo criado pela colonização européia. No momento das indepen­dências, o poder político e militar transferiu-se das antigas metrópoles para as elites nativas urbanas, que instalaram regimes autoritários. Muitas vezes, essas elites representavam apenas um dos grupos étnicos do país, marginalizando por completo as etnias rivais. Como resultado, de modo geral, a vida política africana foi so­bressaltada por sucessivos conflitos internos (incluindo golpes de Estado) e contaminada pela violência e pela corrupção.

População e urbanização
Observe as principais áreas de concentração populacional na África e os grandes vazios demográficos no mapa “África: cidades e principais portos” na página 18 do caderno do aluno. As principais cidades (que são as mais populosas) e os principais portos, em regra, estão localizados em grandes cidades do continente.
As áreas mais povoadas estão próximas ao litoral, no Vale do Rio Nilo, e no entorno dos grandes lagos, como o Lago Vitória. Além das áreas próximas ao Rio Nilo, também apresentam grande concentração populacional as áreas próximas a outros rios, como Zambeze, Níger e Orange. A proximidade com o Mar Mediterrâneo e com a Europa são os principais fatores que tornam o litoral norte do continente densamente povoado. As áreas que apresentam as menores densidades demográficas são as áreas desérticas (principalmente os Desertos do Saara e de Kalahari), o Sahel, região semiárida no entorno do Saara, e as áreas de florestas densas, como é o caso da floresta equatorial do Congo. Em alguns casos, áreas próximas aos domínios florestais podem apresentar adensamentos populacionais em virtude da localização de algumas capitais, como é o caso de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. Além dos fatores físicos, há fatores históricos ligados a um passado anterior à colonização, que contribuíram decisivamente para a atual configuração da distribuição da população no continente.

Economia africana
A Europa, a Ásia e a América do Norte são os principais mercados compradores e fornecedores do continente africano. As relações assimétricas entre África e Europa não se restringem ao passado histórico (tráfico de escravos e colonização), mas também são perpetuadas ainda hoje perante a globalização econômica que reproduz esquemas de dependência.
 Se compararmos as trocas comerciais realizadas nos espaços intrarregionais da Europa e da África é nítido o contraste: há maior integração no primeiro continente em virtude da União Europeia (UE) e ou­tros fatores do que no continente africano. Há pouca expressividade no montante de trocas comerciais verificadas no espaço intrarregional da África, mesmo possuindo várias organizações regionais para fins de integração econômica. Algumas causas e fatores dessa pouca expressividade são:
- o enfraquecimento dos Estados africanos em função das heranças históricas do co­lonialismo e também em virtude de fato­res políticos e econômicos geradores de instabilidade interna, o que impõe dificul­dade para se afirmarem perante a globalização;
- o fato de a globalização em curso reprodu­zir esquemas de dependência econômica na África, pois, como uma das heranças do passado colonial, grande parte de seus países possui economias pouco di­versificadas, exportadoras de produtos primários, agrícolas, minerais e petrolífe­ros, o que não permite romperem com o modelo financeiro que os subordina aos mercados dos países consumidores. Tal característica faz com que a África conte pouco na economia mundial, ainda que suas trocas comerciais com outras regiões do mundo se desenvolvam, em particular com a China;
- o continente africano perdeu importância geopolítica depois do fim da Guerra Fria (1947-1989), cujos reflexos se fizeram sen­tir até mesmo na redução do montante da ajuda humanitária sob todas as suas formas, principalmente durante a década de 1990.
As características das exportações da África Subsaariana são:
- as exportações dessa grande região africana crescem em valor absoluto, mas com ritmo inferior ao mundial. De acordo com dados do L'atlas de l'integration régionale en Afrique de l'Ouestel, elas representavam em 2007 aproximada­mente 1% do total mundial contra 1,7% em 1996 e 3,1% em 1970, o que ilustra sua dificuldade para se integrar e acompanhar a globalização em curso;
- segundo dados da OMC (relatório 2009), a parte dos produtos manufaturados nas exportações da África Subsaariana conti­nua pouco expressiva, na ordem de 25%, constituída por um conjunto parco de pro­dutos e número restrito de países. Entre os produtos manufaturados exportados por essa região encontram-se os pouco transformados (pedras preciosas, ferro, alumínio, prata, platina etc.) e outros ma­nufaturados como vestuário (Ilhas Maurício, Botsuana, por exemplo) ou ainda automóveis (África do Sul). Entre­tanto, o essencial das exportações (mais de 70%) dessa grande região permanece com­posto de matérias-primas - produtos agrí­colas, madeira, minerais (bauxita, ouro, diamantes, urânio etc.) e combustíveis. In­clusive, a exportação de combustíveis, que representa, isoladamente, mais da metade de suas exportações totais, foi a que mais cresceu entre 1985 e 2000 (mais de 75%), o que atesta a importância desse mercado fornecedor diante das disputas energéticas internacionais;
- embora as Ilhas Maurício e a África do Sul apresentem uma diversificação de suas economias, a maioria dos países africanos per­manece especializada na exportação de dois ou três produtos (realizada de forma não muito diferente do que no "dia seguinte" das independências). Todavia, as cotações das matérias-primas no mercado internacional (decrescentes nas décadas de 1980 e 1990) são muito mais vigorosas desde o início do século XXI, o que contribui para que a África Subsaariana mantenha a tendência de continuar como uma re­serva de matérias-primas, como algodão e milho, e compradora de produtos ma­nufaturados. Isso parece ser corroborado diante do clima de crescimento sustentado de uma parte do mundo e da alta contínua da demanda energética, situação na qual se tornaram "produtos sensíveis" algumas matérias-primas, o que contribui para que a África Subsaariana se torne uma região de concorrências exacerbadas entre as principais economias mundiais, fator adicional para desestabilizar seus países mais frágeis;
- alguns países africanos subsaarianos, como Nigéria e Angola, nos últimos anos, têm tido um crescimento econômico muito intenso (acima dos 10% ao ano). Os investi­mentos estrangeiros na área de exploração de petróleo e de gás natural vêm transfor­mando parte das economias subsaarianas, como, por exemplo, Angola, que tem cres­cido cerca de 17% ao ano.
Veja os gráficos “Mundo: investimentos diretos estrangeiros” e “China: comércio com os países africanos” nas páginas 21 e 22 do caderno do aluno. Apesar de a África continuar sendo o continente com a menor participação na captação de recursos externos, na atualidade essa situação alterou-se um pouco em função dos interesses chineses no continente. Em 2008 a África tornou-se o 3º. maior captador de investimentos diretos chineses, sendo apenas ultrapassada pela Ásia e pela América do Norte. Tal situação beneficia diretamente a China, que tem sido acusada de ressuscitar uma nova etapa do neocolonialismo na África ao utilizar o continente como base de produção e extração de bens primários para sua atividade industrial, consolidando a divisão internacional do trabalho e da produção.
A presença da população chinesa na África também tem sido significativa. No decorrer das últimas quatro décadas, o governo de Pequim enviou cerca de 20 mil técnicos agrícolas e especialistas de diversas áreas para o continente. Na atualidade, a migração de chineses para a África é sensível. Apesar dos dados não serem precisos, calcula-se que cerca de 500 mil chineses vivem e trabalham no continente. Os chineses têm sido os maiores investidores na África Subsaariana e a presença chinesa no continente data da década de 1960, quando participaram ativamente na venda de armamentos para grupos comunistas insurgentes (rebeldes) em diversos países africanos. Após as mudanças ocorridas na China em 1978, com a abertura das Zonas Econômicas Especiais (ZEE's), e principalmente no século XXI, após o crescimento da economia chinesa, os interesses bilaterais entre as partes pautaram-se na ampliação das vendas de manufaturados e nas compras de matérias-primas (principalmente petróleo e minerais metálicos). Para favorecer a compreensão quanto às mudanças do comércio mundial e ao papel da África no processo de globalização, vamos ler e analisar o seguinte texto:

“Nos últimos anos, os produtores de legumes e verduras para venda nos mercados locais dos arredores de Harare, capital do Zimbábue. ingressaram no negócio de fornecer hortaliças frescas para os mercados londrinos. As hortaliças são transportadas para o aeroporto logo que são colhidas, são conduzidas em voos noturnos para Heathrow e na manhã seguinte já se encontram nas prateleiras de Tesco. Essa atividade de exportação depende de pelo menos três fatores. Primeiro, de transporte aéreo bara­to - os velhos e combalidos Boeings que se transformaram nos navios cargueiros a frete do comércio mo­derno. Segundo, da eficiência das telecomunicações - as hortaliças são fornecidas a pedido, significando que as mensagens devem ser entregues aos produtores por meios que antes só eram possíveis nos países avançados, com bons sistemas telefônicos. Finalmente, é lógico, o comércio depende de um mercado inglês aberto. Seria inviável se cotas de importação e tarifas elevadas impedissem a venda.”
KRUGMAN, Paul. Globalizações e globobagens: verdades e mentiras do pensamento econômico.

                                                    A questão da Aids
Com o objetivo de enfocar a gravidade da situação da saúde na África, particularmente a Aids, é interessante analisar o gráfico “Principais causas de mortalidade no mundo e percentual da África” na página 23 do caderno do aluno. Nele é possível identificar que as condições sociais da África refletem diretamente na qualidade de vida, o que resulta em taxas de mortalidade elevadas associadas a condições inadequadas de saúde. Alguns dados do Informe sobre a Epidemia Mundial de Aids (agosto de 2008), publicação conjunta da Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids) e Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com essa publicação, entre as populações da África Subsaariana, a prevalência (maioria) de HIV em indivíduos com 15-49 anos é de 5%, ao passo que no resto do mundo é inferior a 1%. Nessa região, a prevalência de indivíduos HIV positivo na população adulta ultrapassa 15% em oito países (dados de 2007): Botsuana, Lesoto, Moçambique, Namíbia, África do Sul, Suazilândia, Zâmbia e Zimbábue. Na África do Sul, a avaliação de grávidas em pré-natal mostrou 29% de soropositividade, enquanto, na Suazilândia, 26% dos adultos (15-49 anos) são soropositivos. Com o auxílio da tabela “Adultos e crianças vivendo com HIV”, na página 24 do caderno do aluno, perceba que, dos 33,2 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo em 2007, cerca de 68% vivem na África Subsaariana. Ao contrário de outras regiões, a maioria das pessoas vivendo com HIV na África Subsaariana é de mulheres (61%); o número de novos casos (adultos e crianças infectados durante o ano de 2007) foi estimado em 2,5 milhões, e mais de 1/3 desses novos casos ocorreu na África Subsaariana; do total estimado de óbitos durante o ano de 2007 (2,1 milhões), 76% ocorreram na África Subsaa­riana (diariamente, 6 800 pessoas tomam-se infecta­das e 5 700 morrem em decorrência da Aids no mundo, a maioria em virtude do acesso inade­quado aos serviços de prevenção e tratamento).
Os efeitos demográficos da Aids são alarmantes, destacando, por exemplo, o declínio da expectativa de vida em vários países afri­canos (veja gráfico “Esperança de vida ao nascer, com e sem Aids” na página 25 do caderno do aluno) e as con­sequências expressas na pirâmide etária de alguns países subsaarianos, como Gana e Lesoto, também em decorrência da Aids (“Gana e Lesoto: mudanças na estrutura etária das populações” na página 26), observando a diferença entre as pirâmides de 1950 (sem influência da Aids) e de 2007 (com a influência da Aids).

            A pandemia da Aids, ao contrário da maioria das doenças, que atingem principalmente a população jovem e os idosos, afeta faixas etárias intermediárias de jovens adultos. Para um país, os efeitos demográficos são comparáveis aos de uma guerra, pois grande parte da população economicamente ativa é afetada, resultando em descompasso entre a faixa da população em condições de gerar riqueza (que estão na faixa de 15 a 60 anos), e a possibilidade de melhoria das condições de vida de toda a população, afetando diretamente os núcleos familiares ao criar uma geração de órfãos da Aids.

domingo, 29 de setembro de 2013

Irlanda do Norte

TEXTO DO 3º.ANO DO ENSINO MÉDIO

                                  RLANDA DO NORTE

                                  CATÓLICOS  X  PROTESTANTES


Reino unido da Grã-Bretanha

A Ilha da Irlanda foi doada ao rei Henrique II da Inglaterra pelos povos normandos no século XII. . Nesse período, o processo de formação das monarquias nacionais e o problema da falta de terras motivaram esse processo de dominação que se concluiu com a assinatura do Tratado de Windsor. Por esse documento, ficava garantido o direito da Inglaterra em estabelecer as suas leis em território irlandês.
Chegando ao século XVI, momento em que as religiões protestantes afloravam,o rei Henrique
VIII, cansado dos tributos pagos a Roma, pressionou o Papa Clemente VII, para anular seu casamento com Catarina de Aragão ,para se casar com Ana Bolena,diante da negativa,do Papa
Ele rompeu com a igreja católica e fundou a igreja anglicana na Inglaterra promoveu uma séria transformação nas relações junto à Irlanda. A maioria católica do território irlandês resistiu ao processo de conversão religiosa ao anglicanismo, imposto como meio de reafirmação da autoridade monárquica em seus territórios.
No século seguinte, essa rivalidade se ampliou quando o rei Jaime I implantou um projeto de colonização da região de Ulster, do qual os irlandeses foram claramente ignorados. A situação excludente acabou alimentando a realização de várias rebeliões entre as décadas de 1640 e 1650, quando as autoridades britânicas impuseram uma violenta repressão contra os revoltosos e repassou parte do território irlandês para produtores ingleses
Atingindo o século XIX, os movimentos em favor da autonomia irlandesa ganharam significativa força com a disseminação das ideias liberais. No ano de 1829, um movimento de feição nacionalista conseguiu a conquista de alguns direitos civis, entre os quais se incluíam a ocupação de cargos públicos. Na metade do século XIX, essa mesma população sofreu com doenças e a fome, que juntas, mataram 800.000 irlandeses em um curto espaço de tempo.

No começo do século XX, o Sinn Fein (nós sozinhos) formou um novo movimento nacionalista, responsável pela eleição de vários representantes irlandeses no Parlamento Britânico. Impulsionados por esse desempenho, os integrantes do novo partido resolveram proclamar a independência unilateral da Irlanda, já em 1919. Em pouco tempo, os colonizadores da região de Ulster e a própria Coroa Britânica reagiram contra o pedido de autonomia política.
Após dois anos de confronto, os britânicos assinaram um tratado onde reconheciam a independência irlandesa no ano de 1921. No ano de 1937, a independência irlandesa foi reafirmada com a organização de sua primeira cara constitucional. Em 1949, os britânicos reconheceram a autonomia irlandesa e permitiram que a região do Ulster também se tornasse independente com a criação da Irlanda do Norte. No entanto, os conflitos estavam longe de acabar.
No início da década de 1920, o IRA aparece com suas ações terroristas que reivindicavam o completo fim da interferência britânica e a unificação completa de seu território. Por outro lado, os protestantes de origem britânica que ocupavam a região Norte repudiavam tal intento, já que temiam a represália dos católicos que dominavam o Sul. Dessa forma, a questão irlandesa passou a se desdobrar em um conflito político, contra os ingleses, e religioso, voltado contra os irlandeses do Norte.
Ao longo de todo o século XX, observamos que o confronto entre a Inglaterra e o IRA sugeria a extensão de um problema praticamente irresoluto. No entanto, a partir da década de 1990, o processo de integração das economias europeias, com o desenvolvimento da União Europeia, contribuiu significativamente para que essa guerra chegasse ao final.
Mesmo com as tentativas de aproximação e o próprio enfraquecimento dos movimentos radicais, a questão irlandesa ainda sobrevive na ação isolada de pequenos grupos que se utilizam do discurso de violência e autonomia que se desenvolveu ao longo do tempo. Apesar de uma ou outra manifestação, várias indicativas hoje, contribuem para que a questão irlandesa atinja o seu fim.

A questão Basca

Texto do 3º.ano ensino médio

                                                       A QUESTÃO BASCA

  Os Bascos são povos que habitam que habitam a Espanha e a França e possuem língua própria o euskera. O País Basco, como pode ser chamado, é composto por sete regiões tradicionais: Álava, Biscaia, Guipúscoa e Navarra que compõem o território de Hegoalde na Espanha, e Baixa Navarra, Lapurdi e Sola que compõem o território de Iparralde na região francesa. Oficialmente, o território de Iparralde é considerado uma parte do Departamento Francês dos Pirineus Atlânticos. E, Hegoalde, é considerada uma comunidade autônoma denominada Euzkadi separada da Comunidade Foral de Navarra, ambas constituintes da Monarquia Constitucional Espanhola.
A principal característica da questão basca é que os bascos lutam para manter sua identidade como povo, sua língua, cultura e modo de vida. Ao invés de serem incorporados e suplantados por outra cultura, como a maioria dos povos que habitaram a Península Ibérica e a Europa. Outro ponto interessante é o apoio que a luta armada do grupo guerrilheiro ETA (Euzkadi Ta Askatana, que em vasconço significa “Pátria Basca e Liberdade”) tem da população basca. Ou, pelo menos tinha.
O ETA surgiu em 1959 como um movimento socialista fundado através da união de diversos grupos políticos que atuavam na região. Desde a Guerra Civil Espanhola (1936-39) e do bombardeio à cidade de Guernica pelos nazistas alemães como represália ao apoio do povo basco aos republicanos, então aliados dos anarquistas e socialistas e, a proibição do vasconço em todo o território basco pelo general Franco, o sentimento nacionalista basco foi se tornando cada vez mais forte. Estes fatos, também contribuíram para que o ETA decidisse pela luta armada e tivessem o apoio da população.
Mas, com o final da ditadura de Franco em 1975 e os direitos cedidos pela Constituição de 1978 que defende o respeito pela diversidade cultural e lingüística, e de um estatuto especial assegurando à Catalunha, à Galiza e ao País Basco o direito de utilizar suas próprias línguas e ainda outros direitos que lhes confere certa autonomia, a guerrilha do grupo ETA começa a perder força ante a população basca.

Desta forma, em março de 2006 o ETA declara uma trégua que durou apenas 14 meses. O ETA já decretou várias tréguas desde 1981, mas, apenas oito delas foram de fato efetivadas.

Atualmente o Partido Nacionalista Basco (PNV) tenta um acordo com o governo espanhol para a realização até o final de 2008, em caráter consultivo e, até 2010 de forma definitiva, de dois plebiscitos onde o povo basco decidirá sobre o tipo de governo a ser adotado e sobre a relação política entre o País Basco e a Espanha. No entanto, o primeiro – ministro espanhol, José Luis Zapatero, rejeita o plano Ibarretxe, como é chamado o plano lançado pelo PNV. Até lá as expectativas apontam que o ETA deverá decretar mais um cessar fogo como próximo ao plebiscito como manifestação de apoio ao PNV

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Texto do 3º. Ano do Ensino Médio.

                                      A questão da Palestina

PALESTINA  denominação histórica dada pelo Império Romano a partir de um nome hebraico biblico, a uma região do Oriente Médio situada entre a costa oriental do Mediterrâneo e as atuais fronteiras ocidentais do Iraque e Árabia saudita, hoje compondo os territórios da Jordânia e Israel, além do sul do Libano e os territórios de Gaza e Cisjordânia.
Há milhares de anos a região era habitada por vários povos entre eles os cananeus,mais tarde,
Os hebreus.Porém  a região sofreu vários domínios ,o povo hebreu migrou para o Egito em busca de melhores condições de vida e melhores pastagens para seus rebanhos,no entanto mu-
Danças nas leis do país eles foram escravizados e liderados por Moisés atravessaram o mar
Vermelho e retornaram a Palestina.
Mais tarde tiveram que fugir da região para não serem mortos pelo império romano,essa fuga
É denominada de diáspora.
Com a diáspora o povo judeu se espalharam pela Ásia,Europa etc. Século XIX è Início do Movimento Sionista (movimento internacional dos judeus de “retorno à patria”).
O movimento sionista ganhou força no período da segunda Guerra mundial quando foram
Vítimas dos nazistas.
Coma a chegada dos judeus a região surgiram os primeiro kibutz.
kibutz  são agrupamentos em que funcionam comunidades com as seguintes características: atividades agrícolas, propriedades coletivas, igualdade social, meios de produção próprios, distribuição da produção para a comunidade e prioridade à educação das crianças.
Começam os conflitos entre judeus e palestinos(árabes).

JUDEUS         -           ALEGAM DIREITOS HISTÓRICOS SOBRE A PALESTINA

PALESTINOS   -      ALEGAM DIREITOS ADQUIRIDOS, POIS NUNCA SAÍRAM DA PALESTINA

Em 1947 a ONU aprova a partilha do território da Palestina , para a criação do Estado de
Israel para abrigar os judeus.



PARTILHA DA PALESTINA FEITA PELA ONU
_________________________________________-


Estado Judeu (Israel)  56,7% da área
 Estado Palestino  42,6% da área
 Jerusalém  Área Internacional sob administração da ONU

Os Palestinos não aceitaram a partilha feita pela ONU., e começam os conflitos


1º CONFLITO  GUERRA DE INDEPENDÊNCIA DE ISRAEL (1948-49)
Também chamada GUERRA DA PARTILHA.


Países Árabes (Egito, Síria, Jordânia, Líbano e Iraque) e povo palestino atacam Israel.

Objetivos  - Impedir a formação do Estado de Israel e expulsar os judeus da Palestina.
RESULTADO DO 1º CONFLITO

         Israel vence e ocupa parte do território dos Palestinos
          Egito ocupa a Faixa de Gaza
          Jordânia ocupa a Cisjordânia
          Jerusalém é dividida: Parte Ocidental (domínio dos Judeus) e Parte Oriental (ocupação da Jordânia)
          PALESTINOS FICAM SEM TERRITÓRIO (sem seu próprio Estado)


                                                QUESTÃO PALESTINA 


LUTA DO POVO PALESTINO PARA RECONQUISTAR SEUS TERRITÓRIOS


ORGANIZAÇÃO DOS PALESTINOS

1959 – Criação da Al Fatah
 1964 – Criação da OLP (Organização para Libertação da Palestina)
 Posição Histórica => CONTRA A EXISTÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL

                                             2º CONFLITO  GUERRA DOS SEIS DIAS


Egito, Jordânia e Síria preparam um novo ataque a Israel
 Israel antecipa o ataque dos árabes e ataca primeiro

                                           RESULTADO DO 2º CONFLITO


Israel em apenas seis dias conquista:
          Toda Faixa de Gaza (antes sob domínio egípcio)
          Toda Península do Sinai (Território do Egito)
          Toda a Cisjordânia (antes sob domínio da Jordânia)
          Colinas de Golan (Território da Síria)
          Toda cidade de Jerusalém

IMPORTÂNCIA DE CADA ÁREA CONQUISTADA NA GUERRA DOS SEIS DIAS

Faixa de Gaza e Cisjordânia  Controle total sob a Palestina (sionismo)
 Península do Sinai  Segurança Nacional (Proteção de suas fronteiras com o Egito)
 Colinas de Golan  Área de Nascentes (Recursos Hídricos)


                              3º CONFLITO       GUERRA DO YOM KIPPUR


Países árabes realizam um ataque surpresa.
 Resultado  Mais uma vitória de Israel

1975 – Israel expulsa militantes da OLP da Cisjordânia e da Faixa de Gaza

Novo QG da OLP:
 Beirute - Líbano

                                   1979 – ACORDO DE CAMP DAVID

Israel devolve a Península do Sinai para o Egito. Em troca o Egito se compromete nunca mais atacar Israel
Anuar Sadat (Egito) => Passa a ser considerado traidor pelos defensores da causa Palestina.
E foi assassinado.


                                 1982 – OPERAÇÃO PAZ NA GALILÉIA


         Israel invade o sul do Líbano (ocupação com objetivo de proteger o norte de Israel – Galiléia)
          Tropas especiais de Israel avançam até a capital do Líbano (Beirute) para atacar e expulsar a OLP.
          Nos arredores de Beirute dois assentamentos de palestinos Sabra e Chatila (sob controle de Israel) são atacados e massacrados por milícias Cristãs. Israel vê tudo, mas não protege os palestinos.
                                     NOVO QG DA OLP    TUNÍSIA

Nova postura de Arafat è Menos radical (CRIAÇÃO DE UM ESTADO PALESTINO QUE NÃO EXCLUA ISRAEL)
ONU reconhece a OLP como legítima representante do povo palestino
Mais radicais consideram Arafat e a OLP como traidores
Crescem grupos terroristas radicais

HEZBOLLAH

HAMAS
JIHAD

Grupos militares com objetivos de libertação da Palestina,são considerados internacionalmente como grupos terroristas.

                                     1987 – INÍCIO DA INTIFADA

Intifada    -     Guerra das Pedras

Revolta popular palestina contra a ocupação israelense na Faixa de Gaza e na Cisjordânia (Organizada pelo Hamas)


                                         ACORDO DE OSLO
                                                       (1993)
         Local è EUA
          Intermediação è Diplomatas da Noruega
          Partes è OLP (Yasser Arafat) e Israel (Ytizak Rabin)
          Acordo è Autonomia para os Palestinos por 5 anos na Faixa de Gaza e na cidade de Jericó (Cisjordânia). Após 5 anos forma-se o Estado Independente da Palestina.
                                     ACORDO DE OSLO II
                                                     (1995)
Local  EUA
 Partes  ANP (Yasser Arafat) e Israel (Ytizak Rabin)
 Acordo  Aumenta as áreas sob controle dos Palestinos:
 Seis cidades (Jenin, Naplouse, Tulkaren, Kalkiya, Rammallah e  Belém;
 Nablus controle parcial
1995 – Assassinato de Rabin
            - Responsável  Radical Judeu

1995 – 1996 => Ondas de atentados terroristas em Israel

                                         ELEIÇÕES EM ISRAEL
VITÓRIA DO LIKUD (DIREITA) – 1996
1º Ministro => Binyamin Netaneahu
FIM DAS NEGOCIAÇÕES

                                        NOVAS ELEIÇÕES EM 1999


VITÓRIA DO PARTIDO TRABALHISTA (ESQUERDA)
1º Ministro => Ehud Barak
RETOMADA DAS NEGOCIAÇÕES
(Devolução do Sul do Líbano)

                                             LEVANTE DE JERUSALÉM
                                                              OU
                                            NOVA INTIFADA - 2000
A crise começou no dia 28 de setembro, quando o político israelense Ariel Sharon visitou um local sagrado para os muçulmanos (Esplanada das Mesquitas). Os palestinos ficaram irados com a visita, e responderam com a destruição de um local sagrado judeu.
Nas três semanas de conflito que se seguiram, mais de 100 pessoas foram mortas -a grande maioria palestinas.

2000 – Novo 1º ministro em Israel         -                   Ariel Sharon

Ações de Sharon:
          Separação do território de Israel das áreas habitadas pelos palestinos è MURO DA VERGONHA


                                          ENTRAVES AO PROCESSO DE PAZ

                         Destino de Jerusalém:
             Judeus consideram Jerusalém sua capital eterna e indivisível;
            Palestinos querem a parte oriental de Jerusalém como a capital de um futuro    Estado Palestino.
                        Grupos radicais (árabes e judeus);
                   Refugiados Palestinos => Israel se recusa a aceitar o retorno de 3 milhões de                                palestinos refugiados;
                       Água => Palestinos querem uma divisão eqüitativa dos lençóis freáticos;  Israel quer   ter controle sobre 80% dos lençóis freáticos.


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

matrizes culturais do Brasil

Texto 2º. Ano Ensino Médio

                                                 Matrizes culturais do Brasil

    A constituição étnica da população brasileira é formada por três principais grupos: o indígena, o branco e o negro africano.Vamos ter noções de conceitos fundamentais relacionados ao conteúdo, como miscigenação, raça e etnia, preconceito e discriminação.
Alguns registros culturais podem despertar “a diversidade étnica da população brasileira”. Observe a figura “Monumento às nações indígenas” na página 3 do caderno do aluno: essa obra é uma das mais expressivas obras do artista plástico Siron Franco. Criado em 1992 e construído em Aparecida de Goiânia (GO), quando visto do alto mostra a silhueta do mapa do Brasil. São 500 totens quadrangulares ou triangulares com imagens da iconografia indígena em baixo-relevo em suas faces laterais, além de esculturas de objetos, utensílios ou rituais sagrados dos diferentes povos indígenas, todos reproduzidos minuciosamente em concreto a partir de peças datadas de época pré-cabralina (antes de Pedro Álvares Cabral). Os índios contribuíram muito para a formação da cultura brasileira: culinária, instrumentos musicais, nomes de lugares, a presença de palavras indígenas no português falado no Brasil são alguns exemplos.
a pintura “Navio de emigrantes”, do artista moderno Lasar Segall (1981-1957). Somos multiculturais por formação: os imigrantes contribuíram muito na formação da população brasileira ao lado de outros grupos e culturas, como portugueses, indígenas e africanos. Inúmeras levas de estrangeiros chegaram ao país, principalmente ao longo do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. A emigração envolve o drama dos envolvidos, que abandonaram seu país de origem, a interrogação sobre a terra futura e a nostalgia da terra passada.
       No século XX, mais um grupo étnico veio participar da formação da população brasileira: o asiático, representado, principalmente, pelos japoneses, chineses e coreanos
Etnia corresponde a um agrupamento humano cuja unidade repousa na comunhão de língua, cultura e de consciência grupal. Podem existir, em uma etnia, traços físicos comuns, entretanto não são eles que a definem, e sim o sentimento de pertencer ao agrupamento ou à comunidade. O termo raça, por sua vez, largamente utilizado no passado, é hoje considerado impróprio, pois a ciência já constatou que, no sentido biológico, não existe raça humana.
        Durante muito tempo utilizou-se a miscigenação da nossa população, isto é, o cruzamento entre grupos étnicos, para se afirmar que no Brasil sempre existiu uma “democracia racial”. No entanto, essa visão é hoje considerada um mito, pois obscurece a realidade do preconceito e da discriminação ainda presentes na sociedade brasileira. No passado, tal mito disfarçava o preconceito de cor em relação ao indígena, ao negro e aos mestiços e, também, o preconceito social determinado pela renda e pelo status social. Serviu de forma admirável à classe dominante para mascarar as opressivas relações étnicas e sociais no Brasil.
Os gráficos “População brasileira segundo a cor”, na página 7 do caderno do aluno, apresentam os recenseamentos da população brasileira elaborados desde 1950: com exceção do realizado em 1970, sempre fizeram o levantamento da população segundo a cor dos indivíduos. No entanto, esses dados merecem uma análise mais crítica, entre outras razões, em virtude:
- de ser autodeclarados (declaração em que o declarante declara algo sobre si mesmo), uma vez que o IBGE solicita que cada indivíduo se reconheça em um dos poucos parâmetros relativos a cor previstos no instrumento da pesquisa;
- de esses parâmetros serem imprecisos – como, por exemplo, a noção de pardo, que abrange descendentes tanto de africanos quanto de indígenas, e a noção de amarelo, que engloba indivíduos indígenas, japoneses, coreanos, chineses e seus descendentes. Esse problema, embora não resolvido, foi minorado no censo de 2000 realizado pelo IBGE, conforme atesta o gráfico relativo ao ano de 2001, no qual se nota que os indígenas foram agrupados separadamente dos orientais.
            Por último, os dados de 2006 mostram a consolidação de um movimento, sinalizam que mais pessoas em nosso país estão assumindo sua cor de pele, abrindo mão, assim, de uma ideologia de fundo racista que as fazia desvalorizar sua cor. Nos últimos anos, o fortalecimento do movimento negro e a transformação positiva da imagem pública das pessoas desse grupo em nossa sociedade vêm crescendo
 A evolução demográfica do Brasil é subdividida em dois grandes períodos e, a partir da noção de transição demográfica, iremos comparar com a verificada em outros países. Além da queda acentuada nas taxas de mortalidade e de fecundidade a partir da acelerada urbanização, vamos verificar outros fatores responsáveis pela variação das taxas de natalidade no Brasil. Algumas notícias e opiniões veiculadas pela mídia tratam questões relacionadas ao processo demográfico brasileiro de modo equivocado, difundindo preconceitos e desinformação. O que vocês pensam em relação ao futuro familiar que os aguarda? Que tipo de família que pretendem ter e quais os métodos contraceptivos que vocês conhecem?
Coletar e estudar dados populacionais colaboram com os governos a desenvolver projetos de gestão pública adequados às reais necessidades da população e atua como uma forma de planejar o nosso próprio futuro. O crescimento populacional decorre de duas variáveis: o saldo entre o número de imigrantes (pessoas que entram no país) e o número de emigrantes (pessoas que deixa o país) e o saldo entre o número de nascimentos e o número de óbitos. Esta última variável constitui o crescimento natural ou vegetativo. No caso do Brasil, este último processo é de grande importância, pois a imigração só teve influência significativa no crescimento populacional no final do século XIX até 1934, quando foi promulgada a Lei de Cotas, que restringiu drasticamente a entrada de imigrantes no país.
A taxa de mortalidade expressa a proporção entre o número de óbitos e a população absoluta de um lugar, em determinado intervalo de tempo. A taxa de natalidade expressa a proporção entre o número de nascimentos e a população absoluta de um lugar, em determinado intervalo de tempo.
Observando no gráfico “Crescimento populacional brasileiro entre 1872 e 2000 e projeções para 2010 e 2020”, na página 13 do caderno do aluno, podemos analisar dois grandes períodos da dinâmica geográfica brasileira:
- o período da aceleração demográfica, que aconteceu entre 1940 a 1960: taxas de natalidade elevadas, enquan­to as taxas de mortalidade começaram a declinar de forma significativa, em razão do maior acesso à rede médico-hospitalar, dos avanços da medicina e das vacinações em massa, gerando, em conseqüência, gran­de crescimento vegetativo ou natural da população brasileira. A partir do ano de 1960, iniciou-se um declínio do crescimento po­pulacional brasileiro mostrado através das quedas percentuais de 35,1%, em 1960, para 15,6%, em 2000 (de acordo com projeções do IBGE para 2010 e 2020, o declínio do crescimento popula­cional brasileiro deverá continuar). As princi­pais causas da queda do crescimento populacional são a revolução da tecnologia bioquími­ca, o aumento do número de pessoas com acesso à rede médico-hospitalar, às vacina­ções em massa e à melhoria das condições sanitárias, que contribuíram de forma signi­ficativa para a queda acentuada das taxas de mortalidade.
 o segundo período, o da desaceleração demográfica e transição em curso, aconteceu a partir de 1970 até os dias atuais: houve reduções consideráveis das taxas de natalidade, seguidas de pequena diminui­ção das taxas de mortalidade, o que refletiu na diminuição do crescimento natural da população brasileira. Algumas transformações ocorridas no Brasil explicam a queda das taxas de natalidade, tais como a crescente urbanização, o aumento da taxa de escolarização, a entrada da mulher no mercado de trabalho e a popularização da pílula anticoncepcional e de outros métodos contraceptivos. O conjunto desses fatores favoreceu a redu­ção do número de filhos, muitas vezes tra­duzida pelo planejamento familiar.
            A taxa de fecundidade consiste no número médio de filhos que as mulheres têm no decorrer de suas vidas, em determinada população. Para obter essa taxa. divide-se o total dos nascimentos pelo núme­ro de mulheres em idade reprodutiva (de 15 a 49 anos) da população considerada.
            O gráfico “Brasil: taxa de fecundidade por anos de estudo das mulheres”, na página 16 do caderno do aluno, indica que as taxas de fecundidade diminuem sensivelmente conforme aumentam os anos de estudo das mulheres. As diferentes taxas de fecundidade entre as grandes regiões brasileiras são explicadas pelas diferenças regionais de desenvolvimento econômico, o que implica maior nível educacional da população e a significativa presença da mulher no mercado de trabalho, entre outros fatores. Mulheres com baixo grau de instrução apresentam as maiores taxas de fecundidade.
            Com o auxílio do gráfico “Brasil: redução da taxa de fecundidade”, na mesma página, verificamos a queda da taxa de fecundidade no Brasil começou na década de 1970. Naquela década, a média de filhos por mulher era 5,8 (quase 6 filhos), em 2006 caiu para 2 filhos por mulher e em 2007 esse índice baixou para 1,95 filho por mulher. Segundo o IBGE, uma taxa de fecundidade inferior a 2,0 filhos por mulher não garante a reposição da população atual, demonstrando uma tendência de que o número de habitantes poderá diminuir em números absolutos. A redução do núme­ro médio de filhos por mulher vem caindo em todo o mundo. Particularmente no Brasil, iniciou-se com as mulheres das classes mé­dia e alta dos centros urbanos do Sul e do Sudeste - que apresentavam maior taxa de escolarização e tinham mais acesso as infor­mações – e, pouco a pouco, atingiu as demais classes sociais e regiões (estendendo-se, atualmente, pelas áreas rurais). Entre as regiões brasileiras, em 2005 a Norte tinha o maior ín­dice de fecundidade (2,5 filhos por mulher), e a Sudeste, o menor (1,9 filho por mulher).
Como existe uma estreita relação entre desenvolvimento econômico e taxa de fecundidade, pelas razões apontadas anteriormente, nos países "desenvolvidos" ou industrializados, de modo geral, as taxas de fecundidade são baixas quando comparadas às dos países "subdesenvolvidos" (a taxa de fecundidade dos países "desenvolvidos” situa-se em torno de 1,0).
O gráfico de transição demográfica, no canto inferior esquerdo do mapa “Mundo: estágios de transição demográfica”, na página 31 do caderno do aluno, expressa como ocomportamento das taxas de natalidade e de mortalidade de uma popula­ção, no decorrerde um período mudam. Essa noção se refere à transição entre duas situações de crescimento demográfico relativa­mente reduzido. O período pré-transicional é conhecido como regime demográfico tradicio­nal, e é definido por apresentar uma alta taxa de mortalidade e por uma taxa de natalidade também elevada. Em seguida, observe que na Fase I da transição demográfica ocorre a redução das taxas de mortalidade (linha lilás) e registra-se um elevado crescimento vegetativo (natalidade, a linha verde) da população. A Fase II, por sua vez, caracte­riza-se pela redução das taxas de natalidade e, por último, na Fase III,  período pós-transicional, conhecido como regime de­mográfico moderno,definido por baixas taxas de mortalidade e de natalidade e, conseqüentemente, do crescimento vegetativo.
O Brasil, segundo estudos do IBGE, encontra-se na fase de transição demográfica em curso (Fase II), caminhando para a de transição demográfica avançada, que se caracteriza pela diminuição acentuada das taxas de natalidade e de fecundidade e, conseqüentemente, pelo crescimento populacional moderado. Segundo estimativas, nos próximos anos a taxa de natalidade deverá ser inferior a 20, e a de fecundidade deverá declinar ainda mais.
         Vamos  observar  quatro pirâmides etárias do conjunto de países emergentes, conhecidos pela sigla BRIC: Brasil, Rússia, Índia e China (“BRIC: composição da população residente, por sexo, segundo os grupos de idade”). Estes países, considerados economias emergentes, apresentam estruturas etárias bem diferenciadas, tornando-se, portanto, um excelente material de análise acerca de como devem ser lidos e interpretados os gráficos corres­pondentes às pirâmides etárias. A análise da pirâmide etária oferece diversas informações sobre a população de um país, como a quanti­dade de habitantes por faixa etária, a propor­ção por sexo e a porcentagem de pessoas em idade produtiva (ou seja, as que se encontram entre 10 e 65 anos) no total da população. Para interpretar uma pirâmide etária, devemos observar os seguin­tes critérios:
- no eixo das abscissas (horizontal), registra-se a proporção de habitantes em cada faixa etá­ria; no eixo das ordenadas (vertical), as faixas de idade;
- os dados da base ao topo correspondem à quantidade de popu­lação em cada faixa etária de acordo com o gênero (à esquerda, população do sexo masculino; à direita, do sexo feminino);
- observamos diferenças entre a quantidade de popula­ção masculina e de população feminina em cada faixa etária correspondente;
- quando a diferença entre a parcela intermediária - entre 15 e 60 anos, que corresponde à idade produtiva - e a base da pirâmide for acentuada, o país terá um descompasso en­tre a população em idade produtiva e os que deverão ser sustentados (crianças e idosos);
- o vértice (ponta) em relação ao resto da pirâmide: ele (vértice) apresenta a quantidade de população de ido­sos em relação ao resto da pirâmide;

As mudanças na di­nâmica demográfica brasileira influem diretamente nas políticas públicas de planejamento e de atendimento social. Ao comparar a pirâmide brasileira com as outras, verificamos que as pirâmides da Rússia e da China mostram uma estrutura etária mais envelhecida, enquanto a estrutura da Índia é jovem. A pirâmide russa apresenta maior quantidade de mulheres do que de homens, principalmente nas faixas acima dos 65 anos, em virtude dos vários conflitos internos e das guerras pelos quais o país passou em sua história, o que afetou diretamente o contingente masculino. Quanto à pirâmide brasileira, as quedas dos níveis de fecundidade e mor­talidade nos últimos 40 anos evidenciam que o país está passando por uma fase de transição, fazendo com que o desenho de sua pirâmide etária apresente mudanças ao longo do tempo, passando de uma estrutu­ra jovem nas décadas de 1960, 1970 e 1980, para uma bem menos jovem projetada para o período 2005-2010.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Estruturas e formas do planeta Terra

Estruturas e formas do planeta Terra: os movimentos e o tempo na transformação das estruturas da Terra


Apenas recentemente a ciência conseguiu estabelecer parâmetros e legitimá-los perante a sociedade no que diz respeito à história e à estrutura do planeta Terra. Há apenas 200 anos admite-se e se procura compreender essa história levando em conta a dinâmica dos movimentos numa faixa de tempo bastante longa. Os elementos essenciais dessa trajetória são examinados com detalhes nas três esferas inorgânicas que se manifestam na superfície terrestre: a litosfera, a hidrosfera e a atmosfera. Uma ênfase maior será dada à litosfera, porque o objetivo é chegar aos elementos essenciais para o entendimento das estruturas e das formas do planeta.
Uma descoberta que foi essencial para fundar a Geologia, que é a ciência que estuda as estruturas da Terra, foi o tempo. O tempo da natureza foi descoberto, e ela deixou de ser entendida segundo o tempo humano, que era o tempo das narrativas bíblicas. Sem a compreensão dos movimentos e da extensão do tempo (e de sua relatividade) não há meios para explicar a estrutura e as formas da Terra.
                                      Os movimentos das esferas terrestres
                           Os três domínios naturais da superfície terrestre são:
                                        - a litosfera: a referência para o relevo;
                                        - a hidrosfera: a referência para a hidrografia;
                                        - a atmosfera: a referência para o clima.
O quadro “As três esferas terrestres” na página 3 no caderno do aluno apresenta as características das três esferas terrestres. Quando você descreve o relevo do seu bairro, por exemplo, você apresenta uma das características da litosfera naquele local. As menções sobre a hidrografia da localidade é a forma de manifestação da hidrosfera no local (rios) e o clima do bairro, o modo como a dinâmica da atmosfera se expressa naquela localidade (que certamente não é somente daquele bairro, e sim da cidade, ou da região mais ampla, visto que o clima é um fenômeno difícil de caracterizar apenas na escala local). No quadro, verificamos que, se a água for aquecida acima de 100°C, ela vai mudar de fase, isto é, evaporará (virará vapor de água) e se transferirá da hidrosfera para a atmosfera. O ar atmosférico tem diversas temperaturas e a máxima, como mostra o quadro, atinge 50°C. Quando a temperatura está em torno de 33°C, os gases, que compõem a atmosfera, vão ficar mais leves (menos densos) e o ar vai subir (ascender). O ar mais frio, que estava nas camadas mais altas, vai ser empurrado para substituir esse ar que subiu. Ou seja, a variação de temperatura vai colocar o ar em movimento. Quer dizer: tecnicamente, o vento se forma com a propagação de calor por convecção. Se os materiais que compõem a litosfera forem aquecidos acima da temperatura máxima de 700°C, eles se fundirão (derreterão). Observe a imagem na página 4 do caderno do aluno: a essa temperatura, os materiais se fundem, passando para o estado pastoso, uma primeira referência ao material viscoso que está sob a crosta terrestre (debaixo da crosta). O magma, que ali se encontra a uma temperatura superior a 700°C, chega a superfície terrestre quando há uma erupção de um vulcão, por exemplo
Os seres humanos constroem suas vidas e seus espaços em estreita relação com essas três esferas. Eventos como os fenômenos climáticos (precipitações, furacões, frio e calor intensos), fenômenos sísmicos (terremotos, erupções vulcânicas) e ocorrências como enchentes ou a existência de cursos d’água, por exemplo, afetam os seres humanos na superfície terrestre. Os eventos são produtos da movimentação que existe em cada uma das esferas. Na movimentação da atmosfera surgem os fenômenos climáticos; na hidrosfera, os cursos d’água e os oceanos estão em constante movimento e os eventos que envolvem as águas resultam disso; um terremoto é um movimento brusco da litosfera. Resumindo: os movimentos das esferas resultam em eventos naturais que afetam os seres humanos.
Apesar de parecer óbvio que os movimentos das esferas provocam os eventos naturais que afetam os seres humanos, isso precisa ser notado e destacado, pois nem sempre foi essa a percepção que os seres humanos tiveram sobre o funcionamento da natureza. Sem dúvida, é na compreensão dos movimentos que encontramos uma série de explicações sobre o funcionamento das esferas terrestres. Uma questão fundamental para a compreensão das esferas terrestres é o tempo. Afinal, o que é um tempo longo ou um tempo curto? É comum se afirmar que os oceanos atuais (Pacifico, Atlântico, Índico, Glacial Ártico e Glacial Antártico) começaram a se formar na superfície terrestre há pouco tempo, cerca de apenas 200 milhões de anos, quando esse tempo é comparado com a idade da Terra, 4,6 bilhões de anos, por exemplo. Essas afirmações podem gerar um estranhamento e não pode ir adiante enquanto a noção de que se está lidando com diferentes escalas de tempo. Será que o que é pouco tempo para o ser humano é pouco tempo na vida de um inseto? Certamente não. E o que é muito tempo da vida do homem, digamos 40 anos, significa muito para os movimentos da hidrosfera? Em 40 anos pode surgir um novo rio natural na superfície terrestre? Vamos voltar ao exemplo da abertura dos oceanos e apresentar algumas informações:
- Abertura dos oceanos: vamos voltar 200 milhões de anos no tempo. Nesse momento, os oceanos começaram a surgir por entre os espaços de um imenso bloco continental que se fragmentava. Essa abertura foi ampliando em mais ou menos 1,2 cm ao ano. Esse foi o caso do Oceano Atlântico que, após 200 milhões de anos, atingiu a largura de 4.100 km entre dois grandes fragmentos continentais (África e América do Sul).
- O ser humano: acredita-se que o ancestral direto do ser humano viveu há aproximadamente 2 milhões de anos. Porém, se formos considerar o ser humano como sedentário, vivendo em grupos sociais mais estruturados, estaremos nos referindo a um período de apenas 10 mil anos (início do Período Neolítico). Por outro lado, se atualmente a expectativa de vida do ser humano é de 65 anos (conforme a ONU), num passado remoto ela era bem menor
 A Terra: nosso planeta está se formando (logo, está em movimento) ao longo de mais de 4,5 bilhões de anos, pertencente a um universo que vem se formando há 15 bilhões de anos.
            O tempo é relativo às referências que usamos; o tempo da natureza é outro, bem diferente do tempo humano.
Resumo do que foi estudado até o momento:
- o substrato natural inorgânico (sem vegetação) sobre o qual construímos nossos espaços pode ser dividido em três esferas: litosfera, hidrosfera e atmosfera;
- os eventos que ocorrem nessas três esferas podem afetar a vida humana, inclusive como catástrofes;
- o que provoca os eventos nessas três esferas são seus movimentos; as esferas não são estáticas, elas se movimentam;
- para melhor caracterizar as três esferas e compreender seu funcionamento é preciso entender seus movimentos;
- os movimentos das esferas se dão em ritmos diferentes, no interior do tempo da natureza, que é diferente do tempo humano. O tempo é relativo.
            Identificamos ritmos distintos dos movimentos nas três esferas terrestres, do ponto de vista dos seus movimentos. Há movimentos que se mantêm constantes, como a erosão na litosfera, e outros mais ocasionais, eventuais (daí o termo evento), tais como os terremotos e as erupções vulcânicas. Aos primeiros, podemos chamar de dominantes e, aos outros, de bruscos, eventuais, catastróficos etc. Do mesmo modo, nas outras esferas inorgânicas (hidrosfera e atmosfera), podemos encontrar movimentos dominantes (constantes) e outros eventuais (bruscos).
Vale acrescentar que os movimentos de cada uma dessas esferas podem ser provocados por movimentos de alguma outra. Dois exemplos:
- um maremoto, movimento na hidrosfera, é provocado por terremoto no fundo do oceano, que é um movimento na litosfera;
- uma enchente, movimento na hidrosfera, é provocada por furacão, que é um movimento na atmosfera.
A descoberta do tempo nos estudos da estrutura física da Terra
Como se sabe que os oceanos estão se formando e se abrindo há apenas 200 milhões de anos? Desde quando a humanidade tem esse conhecimento? Esse entendimento sobre a abertura dos oceanos e a medição que comprova a abertura (1,2 cm no caso do Atlântico) é uma elaboração e uma tarefa da ciência. Mas qual ciência faz esse tipo de afirmação? E desde quando se tem esse entendimento?
Para admitir que os oceanos estavam se abrindo, foi preciso que o ser humano tivesse descoberto a idade da Terra. Vamos ler o texto “A idade da Terra” na página 11 no caderno do aluno sobre uma verdadeira revolução no pensamento humano. Em seguida, vamos ler o texto na página 15 no caderno do aluno sobre os conhecimentos científicos.
            Vamos a um exemplo: um pequeno morro que seja formado por 10 mil toneladas de rochas duras, de desgaste bem lento, sofre uma erosão que lhe tira anualmente 400 quilos de material, que é transportado pelas águas de um pequeno riacho. É possível calcular em quanto tempo ele desaparecerá? Vamos admitir que, ao contrário do que ocorre, as condições climáticas não se alterem, o que vai facilitar a compreensão do exemplo. É simples: 10 mil toneladas, convertidas em quilos, representam 10 milhões de quilos. Dividindo-os por 400 quilos ao ano, serão necessários 25 mil anos para que o morro seja inteiramente devastado, ou seja, mais do que toda a história humana do Neolítico até hoje e muito mais do que o tempo da Terra admitido pela interpretação de James Ussher. Por fim, se posso saber como e em quanto tempo um morro do presente vai desaparecer, posso também saber como ele era em um passado mais remoto. Posso dizer que um simples morro foi anteriormente uma elevação bem maior. No caso de uma investigação científica, outra variável precisará ser levada em conta: as mudanças climáticas do passado.